segunda-feira, 17 de maio de 2010






POLIGRAFO
*      - Taxa de natalidade
*                Número de nascidos vivos* em um ano por mil habitantes. É a relação entre os nascimentos anuais e a população total, expressa por mil habitantes.
.
*não incluiu os natimortos
.
Exemplo:  
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Nascimentos anuais: 775.000
População total: 55.173.000 habitantes
Taxa de natalidade: 
775.000 x 1000 = 14%o
55.173.000
.
Taxa de natalidade é 14%o ou 14/1000 (lê-se catorze crianças nascidas vivas para cada grupo de mil habitantes num ano)
.



0/00
.
Expressa-se o resultado anterior assim: 1,4%  =  "Hum vírgula quatro por cento"
.
http://www.geomundo.com.br/images/images-geografia/seta_amarela_adiante.gif  -Taxa de mortalidade
          Número de óbitos em um ano por mil habitantes. É calculada a partir da relação entre óbitos anuais, multiplicados por mil, e a população. Exemplo:
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Óbitos anuais: 335.000
População total: 55.173.000 habitantes
Taxa de mortalidade: 
335.000 x 1000 = 6%o
55.173.000
.
Taxa de mortalidade é 6%o ou 6/1000 (lê-se seis pessoas morreram para cada grupo de mil habitantes num ano)
.
.
Expressa-se o resultado anterior assim: 0,6%   =  "Zero vírgula seis por cento"
          As taxas de natalidade e de mortalidade são expressas em porcentagem. Assim, baseando-se nos dados dos exemplos acima (14%o e 6%o), concluímos que a:
taxa de natalidade = 1,4% / taxa de mortalidade = 0,6%.
..
http://www.geomundo.com.br/images/images-geografia/seta_amarela_adiante.gif  -Taxa de crescimento vegetativo
          Diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade. Conforme exemplos de taxas de natalidade e mortalidade anteriores, subtraímos a menor da maior assim:
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Taxa de natalidade:      14%o
Taxa de mortalidade:     -6%o  
Crescimento vegetativo:  8%o
Crescimento vegetativo: 8%o ou 8%
Obs: a taxa de crescimento vegetativo é também denominada taxa de crescimento natural. Assim, baseando-se no resultado do exemplos acima concluímos que o crescimento vegetativo é de 0,8%.
.
http://www.geomundo.com.br/images/images-geografia/seta_amarela_adiante.gif  -Taxa de fecundidade
          Número médio de filhos por mulher em idade de procriar, ou seja, entre 15 e 49 anos.
          A taxa de fecundidade da mulher brasileira caiu de 6,28 filhos, em 1960, para 2,38 filhos, em 2000. Nas famílias mais pobres, a queda da fecundidade está muito relacionada à esterilização. As mulheres pobres têm dificuldade de acesso a informações e a serviços de contracepção, e muitas vezes acabam optando pela esterilização logo após o primeiro parto.
           Em 1970 a mulher brasileira tinha, em média, 5,8 filhos. Trinta anos depois, esta média era de 2,3 filhos. 
http://www.geomundo.com.br/images/images-geografia/taxa_fecundidade_brasil.gif
          No mundo, no final do século XX, a taxa de fecundidade era de 2,9 filhos por mulher, Nos países mais desenvolvidos esta taxa era de 1,5, e nos países menos desenvolvidos, em torno de 3,2. 
          Segundo a ONU, a taxa média de fecundidade necessária para a reposição da população é de 2,1 filhos por mulher. Os dados da tabela a seguir mostram que, enquanto em  muitos países essa taxa supera esse valor, em outros ela é inferior. Nesses casos, ou esses países incentivam a natalidade (caso dos Países Baixos, que na década de 1990 estava com crescimento populacional negativo) e aceitam a entrada de imigrantes (caso da Itália), ou suas populações tendem a diminuir, como mostram projeções da ONU para 2050.
Taxa de crescimento populacional
Países
Taxa de crescimento da população entre 2000 e 2005 (% ao ano)
Taxa de fecundidade
Somália
4,2
7
Afeganistão
3,9
7
Arábia Saudita
2,9
5
Paraguai
2,4
4
Índia
1,5
3
Brasil
1,2
2
Estados Unidos
1,0
2
China
0,7
2
Países Baixos
0,5
2
Alemanha
0,1
1
Itália
-0,1
1
Rússia
-0,5
1

ONU: Divisão de Estatísticas. Disponível


Superpovoamento.
A China é o país de maior número de habitantes do mundo, em 2005 a população chinesa atingiu cerca de 1,3 bilhões de pessoas, mesmo com esse  imenso contingente o país alcançou melhoras consideráveis na qualidade de vida, diminuição na taxa de mortalidade que hoje é uma das menores do mundo, queda nas taxas de desemprego e aumento na quantidade de calorias ingeridas diariamente pelas pessoas, embora não esteja no mesmo nível dos países centrais. 

Isso é fruto de medidas de planejamento familiar com controle de natalidade, e principalmente, devido à abertura política e econômica. A economia do país, desde o início da década de 90, é vista como a que mais alcançou crescimento, e progride gradativamente com intuito de se tornar uma potência mundial. 

A China implantou uma importante medida para coibir a pobreza, voltada para a consolidação de uma sociedade mais justa e igualitária, isso foi alcançado a partir de uma melhor distribuição de renda, de alimentos e etc.
A China emprega um elevado número de pessoas na construção de obras de grande porte, sobretudo, estradas, barragens, canais, edifícios entre outros, com isso fica evidente que o país faz uso do que mais tem: uma gigantesca população. 

O termo “superpovoamento” não fica totalmente correto quando se trata da sociedade chinesa, pois as taxas de natalidade estão diminuindo progressivamente, em 1955 a taxa de natalidade era de 40%, já em 2005 esse número baixou para 14%. Os resultados citados não se restringem unicamente ao controle de natalidade e ao planejamento familiar, mas à crescente melhora de vida de sua população, melhoria nas taxas de analfabetismo e o alto padrão de vida e formação educacional, além disso, o governo tornou obrigatória a inserção de crianças na escola e aboliu o trabalho infantil.
Em suma, a expressão superpovoamento pode ser considerada tranqüilamente como relativa, dessa forma não há superpovoamento absoluto ou permanente que não possa ser alterado em decorrência de profundas alterações econômicas, sociais e tecnológicas, e isso independe do tamanho do país ou da população. 

Com isso uma área A que possui uma população B pode ser considerada como superpovoada quando as características são de agricultura tradicional, desigualdade de renda acentuada, essa mesma área pode deixar de ser superpovoada se as condições se alteram para melhor em fatores econômicos, práticas agrícolas modernas, distribuição de renda, e investimentos em educação entre outros.

A ESTRUTURA DA POPULAÇÃO MUNDIAL


A Distribuição da população 
1. A distribuição pelos espaços geográficos 
2. A idade e o sexo da população 
3. A tipologia étnica

A população da terra não está distribuída igualmente em todas as partes do globo. Ao contrário, há excesso de gente em  algumas regiões e falta em outras.

O relevo, o clima, a vegetação e os rios exercem  influência sobre a distribuição dos grupos humanos.

As regiões facilmente ocupadas pelo homem  são denominadas ecúmenas.

Aos vazios demográficos chamamos de regiões anecúmenas, isto é, de difícil ocupação humana.

As altas montanhas, as regiões polares e os desertos dificultam a ocupação humana, sendo bons exemplos de regiões anecúmenas.

Por outro lado, existem regiões na Terra, nas quais os homens se "acotovelam" por falta de espaço. É o caso do sul, do leste e do sudeste da Ásia, que reúnem mais da metade da população do globo. Por esse fato, essa região é considerada um "formigueiro humano".

1. A distribuição pelos espaços geográficos 
Pela distribuição da população nos continentes notamos que:

• A Ásia é o continente mais populoso, com quase 60% do total mundial; 
• A Ásia é também, o continente mais povoado, com quase 80 hab/km2; 
• A Oceania é o continente menos populoso e menos povoado; 
• A Antártida é o continente não habitado (despovoado).
Com mais de 160 milhões de habitantes, o Brasil é:
• o quinto país mais populoso do mundo; 
• o segundo país mais populoso do continente americano e de todo o hemisfério ocidental, superado apenas pelos estados unidos; 
• o país mais populoso da América do Sul e de toda a América Latina.

A distribuição da população no Brasil é, também, bastante irregular:

• o Sudeste é a região mais populosa e a mais povoada; 
• o Centro-Oeste é a região menos populosa; 
• o Norte ou Amazônia é a região menos povoada.

Na distribuição da população pelos estados, temos que:

• o Rio de Janeiro é o mais povoado, com quase 300 hab/km2; 
 São Paulo é o mais populoso, com cerca de um quinto (20%) da população brasileira; 
 Roraima é o menos populoso e o menos povoado, com menos de 1 hab/km2. 

As Populações Rural e Urbana
Até 1960, predominava no Brasil a população rural. No recenseamento de 1970 já se constatou o predomínio da população urbana, com 56% do total nacional.
À medida que um país se desenvolve industrialmente, a tendência geral é o abandono do campo em direção às cidades. O homem procura nos centros urbanos melhores condições de vida, conforto, salários e garantias. É o fenômeno do êxodo rural.

Atualmente, 75% da população brasileira urbana, isto é, vive nas cidades. No estado do Rio de Janeiro, a população urbana é de 95%.

2. A idade e o sexo da população

Quanto à idade, a população está dividida em três grupos:

• Jovem, de 0 a 19 anos; 
• Adulto, de 20 a 59 anos; 
• Velho, ou senil, com 60 anos e mais.

A força de trabalho de uma população está mais concentrada na idade adulta e se constitui na população ativa de um país.

Nos países desenvolvidos, em geral, predominam os adultos e os velhos. Nos países subdesenvolvidos e naqueles em fase de desenvolvimento, predomina a população jovem.

Em alguns países, como a França e a Inglaterra, há o predomínio dos adultos. Isso se deve ao baixo índice de natalidade e ao fato de que a média de vida é mais longa, alcançando mais de 70 anos.

Os brasileiros possuem uma longevidade média de 64 anos, sendo de 62 anos para os homens e de 66 anos para as mulheres. 
Quanto ao sexo, à população é composta por homens e mulheres.

Quanto aos números de homens e de mulheres é comum:

• haver um equilíbrio na idade jovem; 
• predominarem as mulheres nas idades adultas e velhas.
É que os homens, por razões diversas, vivem menos tempo que as mulheres, isto é, morrem geralmente antes.

Em países de imigração, devido à entrada de mais trabalhadores, quase sempre predominam os homens. É o caso da Austrália e de alguns outros países.

No Brasil, em cada grupo de 1 000 pessoas existem 501 mulheres e 499 homens.

A representação gráfica da idade e do sexo da população é feita através das pirâmides etárias. Nelas, as mulheres ficam sempre do lado direito, os jovens embaixo, os adultos no meio e os velhos em cima. 

 A tipologia étnica
 Por muito tempo, e ainda hoje, tem sido comum dividir a população nas raças branca, negra, amarela e mestiça. Essa distinção pela cor não é correta, pois entre um português moreno e um russo (eslavo) existem muitas diferenças, apesar de ambos serem brancos.

Hoje em dia, ao invés de se falar em raça, fala-se em etnia. Um dado grupo étnico possui semelhanças não só fisionômicas, mas também culturais. 
A determinação do grupo étnico a que pertence uma pessoa não é tarefa fácil e não pode ser tomada apenas pela cor.

O povo brasileiro é composto etnicamente por brancos de origem européia, negros de origem africana, amarelos (indígenas e asiáticos) e mestiços. 
As diferenças de cor, de origem, têm sido problemas sérios em muitos países.

Na África do Sul, onde numericamente predominam os negros, existia até 1991 uma violenta segregação racial, com exagerada discriminação social e econômica, denominada apartheid.

No Brasil, perante as nossas leis, todos os grupos étnicos constituem um só conjunto: a população brasileira.

Recordar é saber

• O Estado de maior população absoluta é São Paulo, o de maior densidade é o Rio de Janeiro. 
• A população urbana predomina no Brasil desde 1970. 
• São ecúmenas as regiões de fácil ocupação humana, sendo, por isso, habitadas permanentemente. 
• São anecúmenas as regiões de difícil ocupação humana, como os desertos, as altas montanhas e as regiões polares. 
• A Ásia é o continente mais populoso e mais povoado da Terra. 
• A população brasileira está mais concentrada na Grande Região Sudeste. 
• A segregação racial na África era denominada Apartheid. 
• No Brasil todos os grupos étnicos são iguais perante a lei. 
• A população ativa é composta, sobretudo de adultos e homens. 
• Na Austrália predominam, numericamente, os homens; no Brasil, as mulheres. 
• Na pirâmide etária representamos a idade e o sexo de uma população. 
• Os negros, os brancos, os amarelos e os mestiços são grupos étnicos, e não raças.

A Estrutura Ocupacional Da População


Conhecer a estrutura da população em  todos os seus aspectos é da maior importância para os governantes responsáveis pelo planejamento socioeconômico de uma nação.

Do ponto de vista ocupacional, a população de um país pode ser dividida em dois grupos:

     PEA (População economicamente ativa) – constituídas pelas pessoas que estão empregadas ou a procura de emprego, que compõe a força de trabalho de um país;

    PEI (População economicamente inativa) – representadas pelas pessoas que não estão empregadas (crianças, estudantes, aposentados, etc.) ou não exercem atividade econômica remunerada.

          No inicio do século XXI, no Brasil, a PEA era de 130,1 milhões de hab; e a PEI correspondia a 39,5 milhões de hab. 

          Na última década do século XX, constatou-se um avanço no grau de escolaridade da mão-de-obra brasileira: o percentual da população ativa com mais de 8 anos de estudo passou de 30,4% para 40,1%. Quanto maior a escolaridade de uma pessoa, maiores serão as chances de inserção no mercado de trabalho.

        Apesar desses números positivos, a população ativa do Brasil, tem pouca instrução e é mal remunerada e de preparo técnico relativamente limitado.
 

        É fato conhecido que o salário mínimo no Brasil não é suficiente para assegurar ao trabalhador e a sua família condições mínimas de sobrevivência.

       Para cumprir essa função, o Dieese, (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos) estimou que o salário mínimo necessário seria de R$ 941,00. Hoje esse valor seria de R$ 1.995,00.

      Apenas 2% da PEA brasileira auferem renda superior a 20 salários mínimos.
      Essa desigualdade na distribuição da renda, somada ao aumento da taxa de desemprego, amplia o elevado contingente de pobres e excluídos do crescimento econômico.



ESTRUTURA ETÁRIA E EXPECTATIVA DE VIDA EM ALGUNS PAÍSES 
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       Regime demográfico de população madura ou intermediária - "Corresponde  principalmente aos países desenvolvidos jovens, que conquistaram elevado nível socioeconômico mais tarde, em comparação com os ricos países do norte e noroeste da Europa. Além disso, no caso dos EUA, do Canadá e da Austrália, há poucas décadas houve a contribuição demográfica de expressivas levas de imigrantes. Por essas razões, o crescimento vegetativo reduziu-se lentamente, estando ainda em nível médio ou moderado (próximo a 1,0%), mas a expectativa de vida é elevada e continua aumentado. Em conseqüência, a pirâmide etária mostra um predomínio de adultos e uma parcela já expressiva de idosos (mais de 10%). 

       Argentina, Uruguai e Chile, apesar de subdesenvolvidos, não tiveram explosão demográfica e sempre apresentaram melhores condições socioculturais em comparação com os demais países do Terceiro Mundo. Por isso, têm pirâmides etárias semelhantes às de países desenvolvidos jovens: base de largura média e altura e topo consideráveis. 

       Também estão em fase de envelhecimento às populações de países subdesenvolvidos que se industrializaram recentemente, nos quais a inserção na economia moderna, mesmo que parcial, e a urbanização propiciaram uma redução no crescimento vegetativo, atualmente moderado, e uma expectativa de vida em sensível elevação. Embora em progressiva diminuição, a porcentagem de jovens ainda é expressiva, mas a parcela de adultos e de idosos vem aumentando de modo significativo. “Brasil, México e Malásia são exemplos desse tipo de regime demográfico, cuja pirâmide apresenta um estreitamento da base e o topo em fase de alargamento”
 (Texto adaptado de: Moreira, Igor. O espaço geográfico. Ática. p.128. 2002). 


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O crescimento da população brasileira

     Poucos países conheceram um crescimento populacional tão grande e rápido como o que ocorreu no Brasil nos últimos 120 anos.

    De 1872 (primeiro censo) a 1991 (décimo censo) , a população brasileira passou de quase dez milhões para pouco menos de 150 milhões de pessoas, um aumento de quinze vezes em menos de 120 anos.

    Em apenas três décadas (período 1950-1980), a população brasileira teve um acréscimo de 67 milhões de pessoas: passou de 52 para 119 milhões. Esse acréscimo é muito superior à população atual de alguns países, como, por exemplo, a França, Itália e o Reino unido (cerca de 57 milhões, cada). Equivale, também, ao dobro da população atual da Argentina (33 milhões de pessoas). Observe a tabela:

Crescimento da população brasileira no período 1872-1995
Ano
População absoluta
1872
1890
1900
1920
1940
1950
1960
1970
1980
1991
1995
9.930.478
14.333.915
17.318.556
30.653.605
41.165.289
51.941.767
70.070.457
93.139.037
119.002.706
147.053.940
161.400.000
Fontes: IBGE, Anuários Estatísticos do Brasil; L’État du Monde, 1995.

Como se explica o elevado crescimento populacional ocorrido no Brasil?

       Em qualquer país, o crescimento populacional resulta de duas variáveis: as migrações externas (entrada e saída de pessoas do país) e o crescimento natural ou vegetativo da população (diferença entre as taxas de natalidade e as de mortalidade).

      No caso do Brasil, apesar de a imigração ter contribuído de forma decisiva no aumento populacional, sem dúvida foi o crescimento vegetativo o fator principal do aumento populacional.

      Entre 1872 e 1940, período em que o Brasil recebeu cerca de 80% do total de imigrantes, as taxas de crescimento populacional situaram-se em torno de 1,8% ao ano.

      A partir de 1940 e até 1980, período em a imigração foi insignificante, as taxas de crescimento populacional situaram-se sempre acima de 2,3% ao não. Na década de 50, a de maior crescimento, as taxas situaram-se próximas a 3%.

      Assim, se até a década de 30 a imigração teve participação importante no crescimento populacional, a partir de então o crescimento populacional passou a depender, quase exclusivamente, do crescimento vegetativo.

       O ritmo relativamente lento do crescimento populacional brasileiro no período 1872-1940 é explicado pela combinação de elevadas taxas de natalidade (ausência de métodos e práticas anticoncepcionais) e altas taxas de mortalidade principalmente a infantil, decorrente sobretudo da precariedade das condições médico-hospitalares e higiênico-sanitárias, da desnutrição, das doenças de massa, da diarréia infecciosa, das doenças respiratórias, etc.

       Essa situação demográfica, caracterizada por elevadas taxas de natalidade e mortalidade (nascem muitos e morrem muitos) e crescimento populacional relativamente baixo, é típico de países muito atrasados e corresponde à primeira fase do ciclo demográfico.

      No início da década de 1990, ainda existiam algumas países nessa situação. Guiné-Bissau, país da África ocidental e um dos mais pobres do mundo, é um exemplo.

      As características demográficas atuais de Guiné-Bissau são semelhantes as que o Brasil apresentava na década de 30.

O pós-guerra e a explosão demográfica

      No período pós-Segunda guerra Mundial, o Brasil ingressou na Segunda fase do ciclo demográfico, ou seja, na etapa de maior crescimento populacional.

      O explosivo crescimento populacional ocorrido no período situado entre a década de 40 e a de 80 resultou da seguinte combinação de variáveis demográficas: redução muito lenta da natalidade e a queda acentuada da mortalidade.

      Entre 1940 e 1980, enquanto a taxa de natalidade passou de 44% para 33%, a taxa de mortalidade passou desabou de 25,3% para 8,1%. Em conseqüência, a taxa de crescimento populacional que era da ordem de 1,8% em 1940, saltou para quase 2,5% em 1980. Na década de 50, a taxa de crescimento atingiu quase 3% ao ano, uma das mais elevadas do mundo, na época.

       No período de 1940-1980, a taxa média de crescimento anual da população brasileira situou-se em tono de 2,6%.

Para se ter uma idéia do que isso significa em termos de aumento populacional, observe que:

·       Para uma taxa de crescimento anual de 3%, a população duplica a cada 23 anos;
·       Para uma taxa de 2,5%, a população duplica a cada 28 anos;
·       Para uma taxa de 1%, a população duplica a cada setenta anos.



      Em apenas trinta anos, por exemplo, no período de 1950-1980, a população brasileira mais que dobrou: passou de 51,9 para 119 milhões de pessoas (133% de aumento no período). Entre 1940 e 1980, a população quase triplicou: passou de 41 para quase 120 milhões.

      Essa bomba humana, conhecida pelo nome de explosão demográfica, não foi privilégio do Brasil. No período  do pós-Segunda Guerra Mundial, ela atingiu todo o terceiro Mundo. De 1940 a 1980, a população mundial mais que dobrou:  passou de 2 bilhões para quase 4,5 bilhões de pessoas (125% de aumento). Cerca de 90% desse aumento coube ao Terceiro mundo.

      As razões dessa explosão demográfica ocorrida no terceiro mundo são aquelas já mencionadas no caso do Brasil: persistência se elevadas taxas de natalidade e redução acentuada das taxas de mortalidade.

       A rápida e acentuada queda das taxas de mortalidade no Terceiro Mundo resultou de várias causas, tais como: progresso mundial da medicina e da bioquímica, urbanização dos países subdesenvolvidos, acompanhada da melhoria das condições médico-hospitalares e higiênico-sanitárias, combate às doenças de massas etc.

Por outro lado, a persistência de elevadas taxas de natalidade está relacionada a fatores que dificultam a adoção de métodos artificiais de controle da natalidade, como, por exemplo: influência religiosa, baixa escolaridade da população, pobreza, elevado contingente de população rural etc.




As Migrações

Os movimentos horizontais ou transladativos são os deslocamentos definitivos ou temporários dos habitantes de um lugar para outro. É o caso do nomadismo, das migrações, da transumância e do êxodo rural.

O nomadismo é o movimento constante praticado pelos povos sem residência fixa. É o caso dos ciganos.

As migrações são movimentos de pessoas de uma região para outra. São internas quando ocorrem dentro de um mesmo país e externas quando se dá de um país para outro, daí o fato de existir:
·       Emigração: a saída da população de um lugar;
·       Imigração: a entrada ou chegada de estrangeiros num lugar.
Os estrangeiros que se encontram morando no Brasil foram emigrantes de seus países – Portugal, Espanha, Itália, Japão – e, quando aqui chegaram, tornaram-se imigrantes.

Os países de antiga colonização e de elevada densidade demográfica são, quase sempre, países de emigração, como Portugal, Espanha, Itália, Japão, China, Coréia do Sul, Alemanha, Holanda e muitos outros.

Os países de colonização recente e de baixa densidade demográfica são países de imigração, como Estados Unidos, Canadá, Brasil, Austrália, Venezuela e outros mais.

A emigração de um país pode ser causada por vários fatores, como crises econômicas, doenças epidêmicas. Perseguições políticas e religiosas. Os preconceitos raciais também provocam emigração.
A imigração no Brasil foi autorizada em 1808, com a vinda da Família Real. No entanto, só em 1818 chegaram os primeiros imigrantes. Eram suíço-alemães que se estabeleceram no atual Estado do Rio de janeiro, onde fundaram a cidade de Nova Friburgo.

Mas, somente com a necessidade de mão-de-obra para a cultura cafeeira, após 1850, é que se intensificaram as correntes imigratórias.

No governo Getúlio Vargas foi adotado a quota de imigração (1934), limitando a entrada de imigrantes em nosso país.

O Brasil recebe imigrantes das mais variadas origens, principalmente da:
·       Europa: portugueses e italianos;
·       América Latina: uruguaios, argentinos e chilenos;
·       Ásia: chineses e coreanos;
·       América do Norte: estadunidenses.
·        
O órgão do governo que cuida da imigração no Brasil é o INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.

É comum no Brasil, a dedicação de certos imigrantes a determinadas atividades econômicas. É por essa razão que relacionamos:
·       Portugueses com padarias e bares;
·       Espanhóis com restaurantes, ferro-velho, indústrias gráficas, de mecânica e de metalurgia;
·       Japoneses com mercearias ou quitandas, tinturarias ou lavanderias, fotografias e eletrônica;
·       Turcos (árabes e sírio-libaneses) com comércio de tecidos e de roupas;
·       Chineses com pastelarias e restaurante.

As Migrações Internas

As migrações internas estão intimamente ligadas ao processo de mudança da economia brasileira e à criação de novos pólos de desenvolvimento.

As atividades econômicas que atraíram as migrações internas no Brasil foram:
·       A criação de gado no sertão do Nordeste, no século XVII, quando nordestinos deixaram a Zona da Mata, devido ã decadência da cana-de-açúcar;
·       A mineração, no século XVIII, quando nordestinos e paulistas deslocaram-se para Minas Gerais devido à descoberta de ouro;
·       A cultura do café na zona de terra roxa, que determinou novo movimento migratório (nordestinos e mineiros) para São Paulo e Paraná, em fins do século XIX e começo do atual;
·       A coleta do látex (borracha natural), em fins do século XIX e começo do século XX, quando nordestinos procuraram a Amazônia e conquistaram o Acre, que antes pertencia à Bolívia;
·       Surto algodoeiro, na década de 30, atraindo nordestinos e mineiros para o Estado de São Paulo.
Atualmente, a construção de estradas, de hidrelétricas e de obras urbanas determinam novas frentes de migração para o Norte do país.

Resumindo, podemos concluir que a região:
·       Sudeste é a de maior atração, portanto, com saldo migratório positivo;
·       Nordeste é a de maior dispersão, portanto, com saldo migratório negativo.

Transumância

A transumância é um movimento periódico e reversivo, causado por fatores climáticos, com a mudança das estações ou secas temporárias.

O pastor nômade das regiões montanhosas é um transumante. Ele vive com seu rebanho:
·       nas montanhas, durante o verão e o outono;
·       na planície, durante o inverno e a primavera.
No Brasil, a transumância ocorre entre o Sertão e a Zona da Mata do Nordeste.

Pequenos proprietários plantam suas roças na época das chuvas – o verão. Na época das secas – o inverno -, eles mudam-se para a Zona da Mata, onde trabalham como empregados nas plantações de cana-de-açúcar.

As famílias ficam no sertão, aguardando as colheitas e o retorno dos entes queridos. A volta para o sertão dá-se com o reinício das chuvas, quando iniciam novas plantações.

Esse movimento ficou conhecido em todo Brasil através da letra da música "Asa branca", cantada pelo saudoso Luiz Gonzaga:

"Hoje longe muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo,
Pra mim voltar pro meu sertão".



Êxodo Rural

O êxodo rural é o abandono do campo em busca das cidades. Tem sido muito comum no Brasil, após nosso grande surto industrial. As cidades em fase de crescimento e de industrialização oferecem melhores condições de trabalho e de vida. Em busca dessas condições, milhares de retirantes abandonam o "sossego" dos sítios e das fazendas e se aventuram pelas nossas cidades.

O sucesso esperado não ocorre com todos esses trabalhadores, quase sempre carregado de família. Em muitos casos, a situação piora muito.

O êxodo rural tem muitas conseqüências e todas elas são bastante negativas.
Para o campo, as conseqüências do êxodo rural são:
·       Diminuição da população rural;
·       Diminuição da mão-de-obra rural;
·       Diminuição da produção agrícola, com elevação do custo de vida.
As conseqüências do êxodo rurais mais desastrosas ocorrem nas cidades. São elas:
·       Desemprego e subemprego, quando o mercado de trabalho é pequeno para a quantidade de mão-de-obra disponível;
·       Falta de habitações, gerando preços elevados no aluguel ou na compra das habitações;
·       Formação de favelas e de bairros operários, sem as benfeitorias da cidade;
·       Desaparecimento do cinturão verde (chácaras e sítios que envolvem a cidade), devido à especulação imobiliária;
·       Deficiências nos serviços públicos urbanos, como água encanada e esgoto, coleta de lixo transportes coletivos;
·       Crises de abastecimento no mercado urbano, com falta de gêneros alimentícios e outros produtos;
·       Marginalidade social, com delinqüência, mendicância e prostituição.
As cidades brasileiras que mais sofrem as conseqüências do êxodo rural são as capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Fortaleza e outras mais.

O aparecimento do bóia-fria é, também, conseqüência do êxodo rural.

Os bóias-frias são trabalhadores rurais que moram nas periferias das cidades.

Os deslocamentos desses trabalhadores entre a cidade e o campo são feitos, muitas vezes, de maneira arriscada, em veículos sem nenhuma segurança.


A explosão demográfica

Explosão demográfica é o grande aumento da população da Terra, ocorrido principalmente no século XX.
É, na verdade, com se fosse uma bomba de pavio aceso prestes a explodir, daí a comparação da explosão com a população.

Até o século XIX, a mortalidade era extremamente elevada, pois a humanidade não tinha recursos suficientes para combater grande parte das doenças.

As grandes descobertas do nosso século, como a penicilina, as vacinas e os antibióticos. Diminuíram bruscamente o índice de mortalidade. Como a natalidade não foi reduzida, o resultado foi o aumento do crescimento vegetativo.

População brasileira no conjunto global
Ano
Efetivos em 1 000 hab.
% efetivo global no Brasil
Globo
Brasil
1800
1850
1900
906.000
1.171.000
1.608.000
3.600
7.100
17.438
0,397
0,606
1,084
1950
1960
1970
1980
1994
2000
2.517.000
2.990.000
3.600.000
4.280.000
5.188.000
5.590.000
6.129.000
51.944
70.119
93.139
121.113
150.368
155.000
179.487
2,063
2,345
2,587
2,829
2,898
2,772
2,2928



RECORDANDO:


·       Emigração é à saída de população de um lugar.
·       Imigração é a entrada de estrangeiros para morar em um lugar.
·       China, Itália e Portugal são países de emigração.
·       Austrália e Estados Unidos são países de imigração.
·       Brasil passou a ser país de emigração.
·       Nordeste é a região que mais dispersou população do Brasil.
·       Êxodo rural tem mais conseqüências negativas.
·       Explosão demográfica é o aumento exagerado da  população.